A jornada do Coaching

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 00:14

O coaching é uma viagem com uma pessoa, em que ela é o centro desse mundo por descobrir. O coaching leva-nos por caminhos desconhecidos e o mapa dessa jornada é feito ao longo da viagem, sendo o destino já partida mais conhecido e desejado numa visão que reflete necessidades e desejo interiores.  Mesmo assim, odestino muda por vezes, pois o caminho mostra paisagens novas, traz desafios novos, atentando para o real e o que é importante para aquela pessoa naquele momento da sua vida. O coaching ensina os dois viajantes. O coach, como facilitador do processo de navegação do mundo do seu coachee, acaba por “beber” muito do conhecimento desse mapa, desse olhar único do mundo, de fenomenologia da vida pelos olhos daquela outra pessoa que lhe partilha a sua visão, e se abre com o seu coach.

É um processo de uma riqueza inigualável. O coaching assenta nessa relação de confiança e nesse espírito de aventura, requerendo do coach uma sensibilidade ao outro, uma capacidade de o escutar além das palavras, de o ouvir por inteiro, sem julgamentos e sem filtros. Naturalmente que há sempre o quadro de referência do próprio coach, que traz como ouvinte, inerente à sua condição humana. Neste sentido, o processo de coaching exige ao coach uma prática constante de atenção plena e consciência de si, de abertura da mente, do coração e do instinto, de presença e “ser inteiro” para aquela outra pessoa. É um desafio que surge pelo facto de estar a viajar no território, no mundo de outra pessoa, é por isso uma prática permanente de gratidão, compaixão e empatia, de entrega e de transmissão de confiança total no espaço “nós” que está a ser cocriado entre os dois. É nessa dinâmica e nesse devir que o processo se vai aprofundando e novas descobertas poderão ser feitas. Cada aspeto revelado traz o novo, uma abordagem nova ou renovada que é necessária para que o coachee possa evoluir conscientemente. O que leva o coachee a estes momentos de revelação são as perguntas poderosas e empáticas realizadas pelo coachee, que está a ouvi-lo na totalidade da sua experiência e do seu ser. Na prática da escuta empática e emergente, surgem essas questões naturalmente, como se o coach de um espelho se tratasse, onde o coachee contempla o seu próprio ser sem influência, pelo poder dos seus próprios pensamentos, constatações, reflexões, palavras e ações. E quando este coachee necessita, o coach ajuda-o no ver uma nova direção, dá-lhe uma nova perspetiva.

No processo de coaching observa-se uma mudança constante, pois esta representa o processo de evolução do outro – o processo de desenvolvimento que acontece com o outro. Encontram-se altos e baixos ao longo dos ciclos que ocorrem no processo de coaching. Experimentam-se ritmos diferentes, abrem-se janelas quando portas se fecham, há toda uma dinâmica que faz emergir descobertas nesta jornada coachee-coach. É como se fosse uma dança, em que a comunicação autêntica e a presença compassiva são fundamentais. É um processo vivo, que muda e transforma as duas pessoas envolvidas através do florescimento do coachee observado e acarinhado pelo seu coach, o seu parceiro de desenvolvimento. Há sintonia, um abraçar do que vem e sobretudo uma confiança no processo que é vivido, que trará frutos, realizações e crescimento sustentável para o coachee.

Inês Lourenço 

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